No mundo dos negócios, prospectar o futuro é olhar também para o incerto, com contextos e situações diversas. O último ano, por exemplo, nos trouxe uma grande lição neste sentido. Empresas estão se transformando o tempo todo. Uma transformação nem acaba e já chega outra. É rápido, dinâmico, confuso e nada linear. Os negócios que visam o crescimento exponencial percorrem esta trajetória. De fato, ela envolve alguns desafios, mas certamente vale a pena percorrê-los. 

Há 14 anos, Steve Jobs anunciava a criação do primeiro Iphone, um aparelho – segundo ele – revolucionário, que abriria para o mundo uma capacidade de inovação para celular até então inimaginável. Jobs não inventou o smartphone, mas foi disruptivo ao remover o teclado físico dos aparelhos, focar na facilidade de uso e trazer uma interação entre software e hardware. Sem dúvida, esse device transformou toda indústria de celulares e a forma como as pessoas se comunicam de maneira inimaginável naquela época. E acelerou o crescimento exponencial da Apple mundialmente. 

A empresa criada por Jobs não está sozinha neste caminho. Do consumo de bens e serviços à saúde, diversos segmentos avançaram na última década com evolução tecnológica em um ritmo sem precedentes. É o que Azeem Azhar, criador da plataforma Exponential View, chama de era exponencial em seu livro The Exponential Age: How Accelerating Technology is Transforming Business, Politics and Society

Na sua visão, estamos no meio de uma mudança radical na sociedade, impulsionada por uma série de tecnologias exponenciais que estão transformando a forma como vivemos e interagimos uns com os outros e com o mundo ao nosso redor. À medida que a IA, a biologia sintética, as energias renováveis, entre outras, amadurecem, elas transformam o modo que indústrias, economias e sociedades se reorientam em torno dessas tecnologias. 

O caótico é transformador

E esta mudança só pode acontecer de forma não linear e caótica, diferente do passado. Antes, o pensamento nas empresas era linear, baseado na suposição de que a mudança levaria décadas para acontecer, e não meses, como vivemos agora. O ritmo das transformações impulsionado pela transformação digital e a rapidez com que a sociedade absorve e se adequa a novos parâmetros é surpreendente até mesmo para estudiosos como Azhar. 

O que vimos nas últimas décadas é que todas as empresas que nasceram ou abraçaram esta cultura de inovação se tornaram negócios exponenciais – Netflix, Airbnb, Spotify, para citar alguns dos negócios digitais mais bem-sucedidos deste movimento. Atuando como parceiro que fornece soluções de conectividade e tecnologia para empresas dos mais variados setores, acompanhamos (e ajudamos a desenvolver) inovações que vêm desenhando este novo momento, a 4ª Revolução Industrial. Recentemente, nos reunimos virtualmente para compartilhar essas experiências entre empresários durante o Fórum Lumen Latam, realizado em agosto. 

A tecnologia das coisas incríveis

Um dos cases apresentados foi do parceiro Rappi, empresa unicórnio colombiana, criada em 2015, que já faz sucesso em outros países da América Latina, como o Brasil, Argentina, Chile, Equador, México, Peru, Costa Rica e Uruguai. Juan Sebastián Rúales, um dos fundadores e chefe global de novos negócios, falou sobre a história da empresa, enfocando a transformação e o crescimento exponencial desta trajetória. Mais uma vez, o pensamento disruptivo sempre esteve presente no modelo de negócios que aposta na verticalidade de uma série de funções específicas para os seus usuários. 

Atualmente, além do foco em entregas ultrarrápidas e serviço de assinatura, o Rappi investe em alianças com o setor bancário para oferecer uma forma inteligente de crescimento e mudança de mentalidade financeira. Quando a Rappi e todas essas empresas inovadoras começaram a operar, elas não imaginaram que iriam percorrer exatamente os passos que os trouxeram até aqui. Mas todas elas estavam juntas na crença de que o futuro poderia ser revolucionário. E que a tecnologia e o pensamento exponencial seriam a plataforma para coisas incríveis acontecerem. É o que a gente acredita.

Marcos Malfatti

Autor:
Marcos Malfatti
Presidente
Lumen, Brasil

Com mais de 30 anos de experiência no setor de TI e Telecom, em companhias como IBM, Banestado e Copel, Malfatti ocupou posições gerenciais na Impsat, Global Crossing, CenturyLink e Level 3, que formam hoje a Lumen.
Marcos Malfatti tem formação em Ciência da Computação pela PUC-PR, MBA em Administração e Marketing pela Faculdade Católica de Administração e um MBA do Instituto Superior de Empresas.

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