Para superar e sobreviver à atual situação causada pelo Covid-19, as empresas deverão se alavancar na tecnologia e flexibilizar seus processos, além de se preparar para crescer em cenários cada vez mais dinâmicos e incertos.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de 14 milhões de pessoas perderão o emprego durante a pandemia por Covid-19, principalmente porque a maioria das empresas careciam de um plano de continuidade de negócios que permitiria que se adaptassem em pouco tempo a este novo e incerto cenário.

Sem dúvida, assim como os postos de trabalho serão destruídos, também centenas de empresas não conseguirão superar este desafio e desaparecerão. No entanto, as que prevalecerem já não serão as mesmas, enfrentando a obrigação de recomeçarem e voltarem a crescer.

Uma das principais mudanças observadas em nível mundial é a migração do trabalho presencial para o remoto. Isto também impulsionou o uso de diversas ferramentas de interação colaborativa e outras tecnologias que dão apoio ao teletrabalho.

Mas a velocidade com que estas soluções precisaram ser adotadas demonstrou que as fraquezas existentes no momento de implementar novas ferramentas não são originadas na variável tecnológica e sim na humana, na rigidez e na resistência a mudanças. É neste ponto que se torna “imperativa a necessidade de estabelecer modelos e planos flexíveis, liderados por CEOs com uma inovadora visão de futuro”, comenta David Iacobucci, diretor de vendas da CenturyLink no Chile.

Estes CEOs deveriam pelo menos considerar 10 ações focadas em suas equipes e no negócio:

  • Investir no futuro.
  • Desenvolver um conjunto de oportunidades de crescimento.
  • Identificar as vantagens competitivas.
  • Fortalecer as relações com os clientes.
  • Integrar novos modelos de negócios.
  • Melhorar o posicionamento da marca.
  • Avaliar potenciais parcerias ou aquisições.
  • Identificar novas geografias para expansão.
  • Incorporar tecnologias emergentes em suas soluções.
  • Acelerar a digitalização.

Especificamente, para as duas últimas mencionadas, as empresas precisarão formar três equipes críticas: uma de gestão de crises, preparada para atuar oportuna e eficientemente diante de dificuldades inesperadas; outra de transformação digital, focada em oferecer soluções tecnológicas disruptivas e efetivas que permitam à terceira equipe, a de crescimento, alavancar-se no que foi realizado pelas duas anteriores para retomar a operação e a produtividade. Tudo isto, de forma flexível e remota.

A empresa conectada de amanhã

Com o objetivo de alcançar um padrão de operação que permita às empresas reagir e responder diante de novas contingências sanitárias de escala global, o executivo acredita que é necessário efetuar certas mudanças nos paradigmas que sustentam a atividade.

O primeiro tem a ver com a tecnologia e com os dados, mudando de um foco monolítico para um de acesso na nuvem e dados democratizados. Em relação às pessoas, é preciso fomentar a mudança para equipes menores, interdisciplinares e auto-organizadas. Finalmente, o foco relativo aos processos deve mudar, de grandes e longos projetos a outros menores, mais ágeis e de melhora contínua. Isto permitirá responder às novas crises de forma “flexível e resiliente, reiniciando as expectativas e estratégias para finalmente crescer através da geração e captura de valor agregado”.

Agora, para que esta empresa conectada atinja a maturidade operacional, é necessário implementar plataformas digitais e ferramentas para coletar dados e desenvolver benchmarks. Além disto, estes dados deverão ser utilizados para alterar processos e otimizar recursos. Por sua vez, no que diz respeito a sistemas, será necessário alavancar a interoperabilidade entre eles para obter insights entre funções, compartilhando informações para estabelecer novas capacidades.

A evidência coletada durante o atual cenário de pandemia é a de que as comunicações corporativas experimentaram as mudanças mais relevantes em tecnologias, plataformas e serviços, ferramentas de vídeo e web collaboration, VPN, serviços de secured internet, email security, endpoint security e soluções de gerenciamento remoto. Definitivamente, é possível resumir estas modificações em um impulso ao trabalho remoto, uma forte demanda por ferramentas de colaboração e um empurrão nas comunicações como serviço.

As empresas não voltarão a ser as mesmas

Antes desta pandemia, cerca de 30 milhões de funcionários de escritório trabalhavam de casa com relativa frequência. Hoje, este mesmo número se multiplicou por 10, ou seja, cerca de 300 milhões de funcionários migraram para o teletrabalho. Agora, uma vez terminada a crise, é provável que metade deles continue sob esta modalidade de trabalho, o que significa pelo menos 150 milhões de trabalhadores.

Além disto, durante a pandemia, a migração para o trabalho remoto ocorreu principalmente para a maioria dos “knowledge workers”, aqueles que trabalham com ideias ou com o desenvolvimento de conhecimento. Adicionalmente, destacam-se as implementações rápidas baseadas em nuvem e as ferramentas de videoconferências implementadas “ad-hoc”.

Finalmente, o que se pode esperar para o cenário pós-pandemia? Junto com algumas respostas aventureiras, existem também importantes perguntas, como por exemplo se os funcionários voltarão a trabalhar de seus escritórios assiduamente ou se reconhecerão o teletrabalho como sua nova constante. No entanto, e “considerando que o trabalho remoto será instalado como uma alternativa plausível, será fundamental tornar propícia a criação de ambientes colaborativos e dinâmicos que otimizem a agilidade corporativa e a produtividade”, disse Iacobucci.

David Iacobucci

Autor:
David Iacobucci
Director de Ventas
Lumen, Chile

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