Com o avanço da Inteligência Artificial nos últimos anos, impulsionado pelas tecnologias digitais, estamos experimentando uma aceleração vertiginosa nos processos de automatização em praticamente tudo o que nos cerca.
Segundo Martha Gabriel, futuróloga e especialista em inovação, áreas como saúde, negócios, direito, comunicação, marketing, ciência, entretenimento, criatividade, etc., foram fortemente influenciadas pela automatização de suas funções.
Martha Gabriel garantiu, no Lumen Latam Forum que há estimativas de que apenas 5% dos trabalhos hoje não envolverão certo nível de automação no futuro, e projeta-se que pelo menos 30% dos trabalhos no mundo todo envolverão atividades profissionais que podem ser feitas com altos níveis de digitalização.
Esta automação, que hoje vive avanços como em nenhuma outra época da humanidade, e a integração crescente de robôs, levanta uma pergunta urgente para a humanidade: qual é o impacto disto em nossa existência?
A resposta que surge é: enorme, mas depende de nós se isto será algo extremamente bom ou extremamente ruim, comenta Martha Gabriel.
A primeira consequência de qualquer impacto significativo em nossas vidas é se seremos donos ou vítimas da mudança causada pela robotização das atividades de trabalho. Se imaginamos uma onda gigante aproximando-se de um surfista, seu impacto pode afogá-lo ou impulsioná-lo, dependendo de como ele atue, ou seja, resistindo a ela ou usando-o a como impulso.
O mesmo acontece hoje com a onda tecnológica de automação no mundo, a Internet das Coisas, Inteligência Artificial, Nanotecnologia, Robótica e Big Data – são tecnologias que estruturam este processo e podem ser usadas tanto para alavancar-nos quanto para esmagar-nos, dependendo de nossas habilidades para enfrentá-las.
Como não sermos substituídos por um robô é um desafio, sem dúvida, mas onde começamos esta tarefa?
É importante ressaltar que no passado, devido à limitação tecnológica existente, várias atividades repetitivas deviam ser realizadas por humanos. Na era digital, estes trabalhos são cada vez mais realizados por robôs e, consequentemente, não há mais espaço para os “humanos robóticos”; as tecnologias digitais associadas à mecânica estão liberando o ser humano da escravidão do trabalho repetitivo, seja ele físico ou mental.
Neste novo contexto, o ser que costuma ter valor e sucesso é o humano digital, que continuamente se desenvolve e educa para transformar-se no melhor humano possível, expandido ao máximo pelas tecnologias disponíveis. Para isto, as principais habilidades que devemos cultivar, segundo Martha Gabriel, são:
- Pensamento crítico – curiosidade, aprender a perguntar e refletir para detectar novas ameaças e oportunidades.
- Imaginação e criatividade – para resolver ou aproveitar qualquer situação nova.
- Conexão com as pessoas – relação para fomentar a inovação e a experiência: colaboração, negociação, sensibilidade, emoção, empatia, ética e sustentabilidade.
- Conexão com tecnologias – mente aberta para adotar e experimentar novas tecnologias na busca contínua pela melhora na cadeia de geração de valor.
- Resiliência – para poder superar as dificuldades das mudanças constantes no ambiente, um alto grau de incerteza e complexidade.
- Os humanos imprescindíveis na era das máquinas são, portanto, aqueles que sabem pensar de forma crítica, perguntar, imaginar, refletir, negociar, apoiar, sentir, amar, emocionar-se e emocionar e sentir. Movidos pela ética, empatia e sustentabilidade.
Desta forma, paradoxalmente, quanto mais tecnologia temos no mundo, mais humanos devemos ser, concluiu Martha Gabriel. Sua apresentação está disponível até o final de setembro na plataforma virtual Lumen Latam Forum, junto a outras 33 conferências realizadas neste evento corporativo.