Dificilmente teríamos a internet como a conhecemos hoje se não existissem os cabos submarinos. Apesar de nunca nos preocuparmos como a nossa comunicação “viaja” entre os oceanos, essas estruturas são responsáveis por cerca de 95% das comunicações transoceânicas em todo o mundo. Sim, elas são as responsáveis por nos manterem conectados. 

Atualmente, são milhares de quilômetros de cabos formando uma rede potente de comunicação entre países e continentes. Segundo a Marinha do Brasil, existem cerca de 437 sistemas de cabos submarinos ativos no mundo, somando cerca de 1.35 milhões de quilômetros de cabos de fibra óptica submarinos, com aproximadamente 100 mil km de novas estruturas sendo lançadas por ano.

Estima-se que entre 2022 e 2024 serão investidos ao menos US$10bi no setor de cabos submarinos no mundo. 

Os principais impulsores desta crescente demanda são as empresas que provem serviços em nuvem (Hyperscale Cloud Providers) e as grandes empresas que provem conteúdo por streaming. 

Esse número muda constantemente, pois o total varia conforme novas empresas operadoras entram no mercado. Observa-se também a troca de cabos antigos por mais novos, por questões de aposentadoria, rompimento ou outros acidentes. Com a tecnologia atual, são desenvolvidos para durar no mínimo 25 anos, mas a maioria deles são trocados antes disso por razões econômicas, substituídos por cabos de nova geração com mais capacidade e tecnologia. 

O que tem dentro dos cabos submarinos?

Os cabos são feitos de fibra ótica, que medem cerca de 3,5 cm de diâmetro. Equipamentos de emissão de Laser em uma ponta emitem sinais de luz pelos filamentos de fibra de vidro até os receptores ao final do cabo. Os cabos podem levar até 224Tbps. Essas fibras são envoltas em diversas camadas de plástico, metais e outros materiais, que incluem vaselina, cobre, policarbonato, aço e polietileno. Vale reforçar que quanto mais profundas são as águas onde estarão, mais o revestimento precisa ser resistente. 

E, claro, você deve estar se perguntando se são à prova de tubarões e outros perigos do fundo do mar. Sim, são muito resistentes. Entre 2007 e 2014, por exemplo, não foram registradas falhas por causa desses animais, no entanto, a pesca e a ancoragem são os principais causadores de defeitos nesses equipamentos, além dos terremotos. 

Dentro dos cabos, há filamentos extremamente finos, semelhantes à espessura de um fio de cabelo humano, e há também um cabo especial para transmitir energia elétrica para alimentar os amplificadores que estão no leito do mar. Para compor essa tecnologia, há um equipamento fundamental para garantir que a informação seja repassada com a velocidade necessária, o amplificador / regenerador, instalado a cada 100Km, que amplifica o sinal e o repassa para o trecho seguinte. Em geral, é ele um dos diferenciais para esse tipo de serviço, já que a tecnologia em si dos cabos é bastante semelhante. 

Como são instalados no fundo do mar?

Eles são lançados por navios especializados e específicos para realizar esse trabalho, além de serem capazes de reparar equipamentos danificados. São embarcações com aproximadamente 145 metros de comprimento, 8,5 metros de profundidade e podem transportar 8.500 toneladas de cabos, além de barcos menores auxiliares e robôs. Durante a instalação, os navios podem ficar em alto-mar for cerca de 40 dias seguidos. 

Mas não pense que é só chegar em um determinado ponto e jogar o cabo. Antes disso, claro, as empresas trabalham em amplos estudos de rotas de navios, onde eles ancoram, topografia do solo do fundo mar e inúmeros outros atributos para garantir a segurança do investimento. Sem falar nas aprovações com os respectivos países. 

Além disso, em geral, as redes desses cabos são construídas em anel, circundando países ou continentes, de forma a garantir redundância para proteção e autorrestauração de tráfego em caso de falha. 

Um pouco de história

Os cabos submarinos foram inventados em 1870, após a criação do telégrafo em 1837, e conectaram a América do Norte à Europa. Mas não pense que o trabalho foi simples e que deu certo assim, logo de primeira. Foram feitas duas tentativas para a instalação, pois os cabos se rompiam com facilidade. 

No começo, eram utilizados apenas para a rede de telegrafia. O sistema era bastante lento, transportava poucas palavras por minuto e apresentava muitas falhas. Cerca de 90 anos depois, com a invenção do cabo coaxial, em 1956, foi possível a comunicação entre várias pessoas simultaneamente. Foi na década de 1970 que surgiram os primeiros cabos óticos, que estão em uso atualmente, porém bem menos modernos que os atuais. E em 1988 foi lançado comercialmente o TAT-8, o primeiro cabo óptico transatlântico com 280Mb. Operou por 14 anos e em 2001 o TAT-14 já tinha 3,2Tb. Quatro vezes mais capacidade em 12 anos. 

Como informação, cabe lembrar que a transmissão de dados de comunicações ocorria, em 1995, 50% via cabos submarinos e 50% utilizando satélites. Atualmente, isso mudou completamente: os cabos representam 95%. Os satélites são excelentes para outras finalidades, como conectar locais em que as fibras ainda não chegaram, ou distribuição de conteúdo de um para vários pontos. Já os cabos de fibra são capazes de transmitir mais dados a um custo menor. 

No Brasil

Em nosso país, há quatro pontos que recebem conexões com os cabos submarinos: Fortaleza (CE), Santos (SP), Salvador (BA) e Rio de Janeiro (RJ). Vale recordar também que o primeiro cabo no fundo do mar foi inaugurado por D. Pedro II, em 1874, e ligava Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Belém. Mais recentemente, em 2021, foi lançado o primeiro cabo submarino ligando a América do Sul à Europa.

Em terra firme

Ao chegar nos continentes, os cabos se conectam a estações, que fazem a regeneração do sinal ótico, separam em canais e depois distribuem aos consumidores finais.

E é agora que entram os grandes diferenciais para a realização da transmissão de dados e é quando a expertise e tecnologia da Cirion entra para valer. Para que esse serviço seja veloz, seguro e estável, garantimos uma rede de cabos submarinos com mais de 36 mil km na região da América Latina, que se somam à rede de parceiros, conectando o mundo.

Além disso, contar com data centers amplamente conectados é fundamental, pois eles são considerados o cérebro capaz de analisar e processar informações. Nisso, temos 18 data centers e mais de 4.300 cross-connects possibilitando que nos liguemos a todos os equipamentos desse tipo do mundo. Ou seja, com os nossos serviços, a sua empresa está visível no planeta inteiro, com transmissão confiável e extremamente veloz, pois a nossa estrutura interligada evita que os dados trafeguem em redes de terceiros.

O que achou de conhecer um pouco mais sobre essa tecnologia?

Michael Lawson

Autor:
Wagner Bojlesen
Sales Director, Wholesale
Cirion Technologies 

Wagner Bojlesen é Diretor de Vendas para o segmento de Atacado da Cirion Technologies, desde julho de 2020. Profissional com mais de 22 anos de experiência na indústria de telecomunicações, trabalhando em vendas, marketing, desenvolvimento de negócios e funções de consultoria. Wagner é apaixonado por estratégia go-to-market, desenvolvimento de negócios e crescimento de receitas, alinhado com a melhor experiência dos clientes e o comprometimento da equipe. Wagner é formado em Economia de Mercado Internacional pela Lyngby Uddannelsescentre, Copenhagen, Dinamarca, com especialização em Administração de Empresas, Marketing e Economia pela Towson University, Baltimore, MD, EUA, e Pós-Graduação em Diplomacia Econômica pela UNICAMP & UNCTAD, São Paulo, Brasil.

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