O futuro dos negócios está apoiado sobre dados.  Esta afirmação, que há apenas alguns anos poderia ter sido taxada de exagerada, é descritiva na era da transformação digital.  Pelo mesmo raciocínio, deixar os dados pouco protegidos significa colocar toda a organização em risco. Por esse motivo, os índices detectados pela IDC e apresentados na última edição do Cirion Forum, realizada em Buenos Aires, são razoáveis: a principal iniciativa das áreas de TI na América Latina está ligada à segurança da informação, com 38%. 

O caminho para uma empresa cibersegura, ainda que necessário, não está livre dos desafios apresentados em inúmeras dimensões. 

Um dos principais trata-se, nada mais, nada menos, do que incentivar a educação em torno da segurança da informação dentro das empresas.  Historicamente, dizia-se que era mais provável que uma organização se preocupasse com sua segurança após ter enfrentado algum incidente.  Observando os volumes dos ataques cotidianos, podemos inferir que é mais provável que todas as empresas já tenham enfrentado um.  Por isto, é hora de mudarem o paradigma, a começar por se sentirem vulneráveis para implementar o melhor modelo de proteção possível. 

Às vezes, os vazamentos ocorrem como consequência de decisões errôneas baseadas em informações ruins.  Um exemplo comum: muitas organizações acham que contratar um serviço de nuvem pública já resolve o problema.  E, apesar de ser verdade que os grandes provedores de nuvem oferecem segurança e excelência e cumprem com as principais regras internacionais neste setor, isto inclui, principalmente, o nível da infraestrutura.  Isto faz com que a empresa não se preocupe com a proteção de seus dados de ponta a ponta e deixe lacunas expostas. 

Outro ponto fraco é consequência remanescente da pandemia.  A digitalização acelerada daqueles anos muitas vezes deixou os aspectos de segurança em segundo plano. Era preciso transferir sistemas das instalações para a nuvem e manter a organização ativa, mas não havia tempo nem recursos para fazer análises detalhadas das lacunas de segurança exibidas.  Nesse sentido, agora há um nível maior de conscientização em relação à necessidade de acabar com essa dívida e os novos projetos tendem a considerar a segurança da informação desde o momento da concepção. 

Déficit de talento

A lacuna de recursos também tem forte impacto. A IDC afirma que 85,5% das empresas latino-americanas enfrentam dificuldades para encontrar pessoal com habilidades adequadas e 47,3% têm apenas um recurso especializado em segurança cibernética. Sendo assim, a presença de um parceiro tecnológico é fundamental: traz conhecimento, atualização e experiência que dificilmente poderiam ser reunidos internamente. 

Por último, as tecnologias emergentes apresentam um novo desafio: a Inteligência Artificial (IA) é uma faca de dois gumes.  Por um lado, é aliada-chave para automatizar e prever ataques de dia zero, novas vulnerabilidades, explorações e outras ameaças que representam um volume de informação impossível de ser digerido por um grupo ou grupos de analistas.  Partindo de IA para a detecção, os especialistas podem cuidar de questões mais profundas.  No entanto, essa mesma IA está sendo usada pelos atacantes para aperfeiçoar suas estratégias. 

É claro que os desafios são muitos, mas a visão deve ser sempre a mesma: implementar uma estratégia de camadas, de ponta a ponta, que proteja os acessos, a conectividade cada vez mais remota dos usuários (com estratégias de “confiança zero”), as APIs e naturalmente, o perímetro tradicional, com firewalls de última geração. Para isto, o primeiro passo é entender o negócio, suas necessidades, suas vulnerabilidades e seus riscos e entender o percurso completo dos dados e das aplicações. É a única forma de maximizar a proteção e minimizar as superfícies de ataque.

Pablo Dubois

Autor:
Pablo Dubois
Gerente Regional de Produtos de Segurança
Cirion Technologies

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