Os dois últimos anos aceleraram as mudanças na forma como as empresas fazem negócios. Os avanços da digitalização e das interações com os clientes e em suas operações internas foi o equivalente a três ou quatro anos, segundo pesquisa da McKinsey. Isso só foi possível porque vivemos em uma sociedade mobile, em que o celular é praticamente uma extensão do nosso corpo. Um comportamento que vem mudando o jogo em muitos setores e gerando novos modelos de negócios. 

Inovações também moldam a sociedade

O ser humano tem uma relação interessante com a tecnologia: somos nós que a criamos, mas é ela que modifica a forma como vivemos individualmente e em sociedade. A Revolução Industrial, por exemplo, consolidou o capitalismo e causou profundas transformações no mundo, do processo produtivo dos países ao estilo de vida das pessoas. 

Antes, o modelo produtivo era manufatureiro, ou seja, era manual e o trabalhador realizava seu trabalho por meio de sua capacidade artesanal. Uma vida centrada na subsistência. Com a invenção do vapor e as descobertas científicas no fim do século XVII, houve uma aceleração no desenvolvimento das máquinas, gerando uma intensa mecanização nos setores têxtil, metalurgia, transportes, estendendo até a agricultura e outros setores da economia. 

Novas invenções revolucionaram as técnicas de produção. Veio o crescimento econômico e, com ele, a evasão rural, o estímulo à exploração dos recursos da natureza de maneira excessiva e uma nova organização social, que transformou o estilo de vida da humanidade. 

As novidades tecnológicas continuaram a surgir e a quebrar paradigmas. A Segunda Guerra Mundial promoveu um grande desenvolvimento de computadores, cujo foco era a codificação de mensagens e criação de armas mais inteligentes. Se olharmos para trás, cada período traz um capítulo importante de inovação para chegarmos no modelo de vida atual, em que dormimos e acordamos conectados ao nosso computador de mão: o celular. 

IoT no centro de tudo

Há quem aposte no fim da era dos celulares daqui há cinco ou dez anos – e todo ecossistema dessa indústria está atento a esta movimentação. Sim, caminhamos para isso. Em um mundo cada vez mais digital, a Internet das Coisas (IoT) tem se expandido rapidamente. 

Desde que a sociedade precisou passar mais tempo dentro de casa, serviços como Alexa, Google Home, entre outros, ganharam espaço e mostraram que essas tecnologias são uma tendência em ascensão. O número de dispositivos IoT em todo o mundo deve triplicar em menos de uma década: de 8,74 bilhões (2020) para mais de 25,4 bilhões de dispositivos em 2030. O IoT já está presente nos veículos, nos eletrodomésticos e transmitindo informações o tempo todo. Isso abre um universo de possibilidades a ser explorado nos mais variados setores. 

A Telemedicina foi um dos setores que mais chamaram atenção neste período pandêmico, com um avanço exponencial. Mas o emprego de inovação vai muito além. Os dispositivos de IoT estão presentes nos computadores e aparelhos que medicam e monitoram os pacientes. Ou seja, ao invés de a informação estar confinada ao prontuário físico – aquela prancheta que fica no pé da cama do paciente e é preenchida pelo enfermeiro – todo histórico e informação gerada em tempo real pelos equipamentos é transmitido para uma central de controle, que realiza centenas ou milhares de análises em segundos e consegue gerar insights e alertas sobre algum comportamento fora do padrão. O especialista de saúde passa a trabalhar com informações e contexto para tomada de decisão e isso traz, consequentemente, uma agilidade no tratamento e salva vidas. 

Dados a favor da inovação

As plataformas são outras inovações que estão transformando totalmente hábitos e mercados. A maneira de consumir entretenimento em vídeo mudou, por exemplo, e as plataformas de streaming já abocanham uma boa fatia de mercado – que fez com que toda a indústria se mexesse para atender esta nova demanda. O setor imobiliário é um outro caso que vale destacar. Estávamos acostumado a olhar para ele como o investimento mais tradicional, de compra, venda ou aluguel de um imóvel. Mas a plataforma Airbnb mudou tudo isso. Hoje as construtoras já enxergam seus projetos desde a planta como um serviço, e isso só é possível porque o grande ativo destas empresa deixou de ser o imóvel em si, passando a ser a informação sobre estilo de vida e necessidades dos usuários de suas unidades. 

No setor de comércio há muitas outras tendências com o crescimento do uso de sistemas de WiFi – que têm sido utilizados para monitorar o consumo e comportamento dos usuários que aceitam compartilhar seus dados. Assim, conseguem propor estratégias de marketing ou de vendas mais próximas ao que o seu usuário ou frequentador busca. 

São inúmeros os exemplos dos novos modelos de negócio. Mas observamos o que todos têm em comum é a capacidade de trabalhar com o volume gigantesco de dados disponível. A gestão da tecnologia envolvida na captura, transporte e processamento destes dados é o desafio das empresas que aproveitam as oportunidades destes novos modelos. A boa notícia é que já é possível encontrar plataformas capazes de apoiar companhias e seus gestores nesta operação

As empresas que se destacaram neste contexto de inovação em que vivemos investiram em tecnologia, sem dúvida. Mas principalmente, usaram de inteligência, estatística e análise de marketing para interpretar esses dados e conseguir, em curto espaço de tempo, planejar e gerar ações nos modelos de negócio em que atuam. 

O marketing para essas empresas tem esse papel: trabalhar próximo à área de TI e de negócios para identificar tendências, analisar informações e apresentar opções para que as companhias sigam aproveitando as oportunidades de mercado.

Yuri Menck

Autor:
Yuri Menck
Marketing Manager
Lumen, Brasil 
Yuri Menck é formado em Engenharia Industrial Elétrica (UTFPR), com Pós em Gestão de TI (Unicenp) e MBA em Gestão Executiva (Insper/SP). Sempre atuou no mercado de tecnologia da informação e telecomunicações. Na Lumen desde 2000, ocupou posições em áreas técnicas e de produtos. Desde 2008, lidera a equipe de Marketing Estratégico e Comunicações no Brasil.

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