Em um mundo cada vez mais tecnológico, no qual o setor busca promover melhor hospitalidade e humanização, quais são as tecnologias que podem entregar a seus clientes ou pacientes as melhores experiências relacionadas ao bem-estar?
Assim, com o objetivo de promover o Dia Mundial da Saúde, celebrado no passado dia 7 de abril, apresento, neste artigo, um breve panorama sobre como essa relação está cada dia mais presente.
Para começar, é importante destacar que, há poucos anos, a transformação digital era pouco explorada no setor. Pelo menos, pelos grandes players. Isso possibilitou uma grande expansão de startups e empresas, que passaram a atuar de forma holística em soluções que unem com êxito tecnologia e saúde, facilitando a vida de pacientes, médicos e operadoras, denominadas healthtechs.
O estudo Distrito Healthtech Tech Report 2020 afirma que número de heathtechs no Brasil aumentou 118% entre 2018 e 2020. O relatório ainda reporta que, atualmente, são mais de 500 startups com esse foco em atividade e, pelo menos a metade delas, têm menos de 5 anos.
São inovações que vão desde sistemas de compartilhamento de informação capazes de diminuir a permanência em unidades de terapia intensivas, até monitoramento em tempo real de condições do paciente, para acionar cuidados específicos imediatamente no caso de mudanças nos sinais vitais.
Isso tudo, sem falar no uso da robótica para realizar cirurgias à distância e no armazenamento de dados para unificar prontuários médicos e garantir cuidado contínuo da saúde, independente do médico que a pessoa visite.
Por meio de uma conexão robusta, composta por uma infraestrutura de rede eficiente, (Potencial de nova conectividade para criar Inteligência Artificial do futuro (lumen.com) é possível integrar sistemas, processar análises de big data e inteligência artificial e ir além do básico para oferecer bem-estar para as pessoas. Neste contexto, destaco alguns exemplos;
Telemedicina
Um dos principais avanços dos últimos tempos quando se fala na relação entre tecnologia e saúde é a telemedicina. De acordo com pesquisa feita pela Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e Saúde Digital (Saúde Digital Brasil), entre 2020 e 2021 foram mais de 7,5 milhões de atendimentos no Brasil.
A telemedicina permite a realização de exames mais sofisticados e específicos em localidades remotas, além de baratear os custos aumentando o acesso à saúde. Isso acontece porque não há mais a necessidade de manter determinados especialistas na equipe, uma vez que os exames podem ser laudados à distância.
Softwares de gestão e prontuário eletrônico
A utilização de softwares de gestão, organiza os fluxos de informações e otimiza processos administrativos, auxiliando na gestão do corpo funcional, das finanças, suprimentos etc.
Com o prontuário eletrônico, as informações relativas ao paciente e ao tratamento são armazenadas e atualizadas em tempo real e acessível para todos os profissionais envolvidos no atendimento, de forma remota e simultânea.
Internet das Coisas
A Internet das Coisas, IoT (Internet of Things, em inglês), resume a conexão de objetos comuns do dia a dia com a internet. Nessa categoria, estão desde sensores de temperatura, umidade e vibração para os ambientes críticos até os Wearables, dispositivos vestíveis conectados, tais como relógios e roupas.
Esses dispositivos podem coletar dados sobre a localização, pressão sanguínea, glicemia, batimentos cardíacos, conta passos etc., atuando como monitores de saúde. O uso dos wearables dá ao paciente maior participação no controle da sua saúde.
Na área da saúde, estas tecnologias avançam a cada dia e trazem mais agilidade nos processos, otimização da rotina do médico e outros profissionais de saúde e eficiência na gestão de hospitais e clínicas.
Cloud Computing
Os serviços de TI em nuvem trouxeram uma série de oportunidades de acesso à tecnologia de ponta, e com o Cloud Computing, as instituições não precisam investir na construção e manutenção de um parque tecnológico para o desenvolvimento e suporte a sistemas internos.
Investindo no amanhã
É fundamental acompanhar essas tendências para aumentar a qualidade do atendimento, reduzir custos e proporcionar mais segurança e bem-estar para os pacientes.
Entretanto, para que as diversas aplicações de tecnologia na saúde, das mais simples às mais conceituais, saiam do papel, é preciso investimento. Um estudo realizado pelo Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP) afirma que apenas 4,5% dos players do segmento investem em tecnologia.
Com isso, além do acesso a soluções disruptivas ser postergado, outra preocupação vem à tona: como esses dados são tratados e armazenados? O quanto desse pouco investimento vai para a criação de uma infraestrutura segura e eficiente, que tenha baixa latência nas conexões e que seja capaz de garantir a confidencialidade dos dados armazenados?
Afinal, para que a transformação digital seja realmente eficaz para o setor de saúde, é preciso estar pronto para lidar com tudo o que está relacionado a estas questões, desde a Infraestrutura de Rede até a cibersegurança, principalmente, com o que é exigido pela Lei Geral de Proteção de Dados, a LGPD.
Com dados de saúde altamente sensíveis, confidenciais e relevantes, a disponibilidade e a segurança cibernética são indispensáveis para uma governança voltada aos processos de gestão de risco, que envolvem o bem-estar dos clientes, a reputação e a sustentabilidade do negócio.
Autor:
Raphael Zara
Product Manager
Cirion, Brasil
Especialista em Produtos de Dados, com foco no desenvolvimento de novos negócios, traz mais de 20 anos de experiência no setor de TIC.